Ibovespa recua 1,08% em 2/10/25; Ambipar despenca 64% por risco fiscal

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22 out
Ibovespa recua 1,08% em 2/10/25; Ambipar despenca 64% por risco fiscal

Em meio a temores de risco fiscal, o Ibovespa fechou em 143.950 pontos, queda de 1,08% na sessão de negociação da B3 em 2 de outubro de 2025São Paulo. Enquanto isso, a cotação do dólar futuro subiu 0,21%, para R$5,380. O destaque negativo foi a ação da Ambipar Environment and Infrastructure S.A. (ticker AMBP3), que despencou 64% em ritmo intradiário.

Contexto macro e o alerta fiscal

O alerta veio do Fernando Haddad, ministro da Fazenda, que nesta semana reiterou a necessidade de ajustes nas contas públicas para evitar downgrade da rating soberano. A declaração, divulgada em reunião com investidores na B3, agitou o mercado, gerando aversão ao risco entre os participantes.

Apesar de mercados internacionais em alta – Wall Street e Euro Stoxx fecharam positivos – o índice brasileiro mostrou sinal de desacoplamento. Analistas da Genial Investimentos apontaram que a deterioração da percepção de crédito soberano foi o principal gatilho da queda.

Desempenho do Ibovespa e principais papéis

Entre os componentes, os cinco maiores ganhadores foram:

  • Marcopolo S.A. (POMO4) – R$8,78 (+1,62%)
  • Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais – Gerdau (GGBR4) – R$17,17 (+1,24%)
  • Gerdau Metallurgy (GOAU4) – R$9,85 (+1,03%)
  • Rumo S.A. (RAIL3) – R$15,90 (+1,02%)
  • Weg S.A. (WEGE3) – R$36,13 (+0,95%)

Já os cinco maiores perdedores foram:

  • Companhia Brasileira de Distribuição (PCAR3) – R$3,90 (-6,92%)
  • Embraer S.A. (EMBR3) – R$75,71 (-5,82%)
  • Azzas (AZZA3) – R$28,03 (-5,14%)
  • Magazine Luiza (MGLU3) – R$9,16 (-4,58%)
  • Cogna Educação (COGN3) – R$3,16 (-4,53%)

Notavelmente, a Vale S.A. ficou fora das listas, o que surpreendeu alguns analistas que esperavam volatilidade nas commodities.

Queda abrupta da Ambipar: causas e consequências

A ação da Ambipar disparou de R$0,38 para R$0,14 em poucos minutos, provocando um "circuit breaker" que suspendeu temporariamente as negociações. O motivo, segundo o relatório da Genial, foi a divulgação de um comunicado interno que indicava que a empresa poderia enfrentar multas regulatórias relacionadas à gestão de resíduos, elevando o risco de passivos fiscais.

O mercado reagiu com pânico: o volume de negócios da AMBP3 saltou para quase 49 milhões de ações naquele dia, o maior já registrado nas últimas duas semanas. Até a sessão de 20 de outubro, a ação conseguiu rebater parte da perda, fechando em R$0,58, mas ainda distante da alta de 52 semanas (R$26,85). Esse recuo de mais de 97% evidencia o quanto o medo pode destruir valor de mercado num curto espaço de tempo.

Reações de investidores e analistas

Reações de investidores e analistas

Corretoras como a XP Investimentos alertaram para a necessidade de revisão de carteiras com exposição a setores sensíveis a políticas fiscais. “Os investidores devem reavaliar o peso de empresas com alta dependência de licenças ambientais”, disse Maria Silva, analista senior da XP.

Por outro lado, fundos de hedge que apostam na recuperação de ativos descontados viram na queda da Ambipar uma oportunidade. O fundo Alpha Brazil comprou 2 milhões de ações ao preço de R$0,30, acreditando que a empresa tem margem para se reerguer caso regularize sua situação.

O presidente da B3, Marcel Teodoro, garantiu que os mecanismos de volatilidade continuam operacionais e que a bolsa monitorará de perto anúncios regulatórios que possam impactar outras companhias do setor de sustentabilidade.

Perspectivas para o mercado brasileiro

O futuro imediato do Ibovespa depende da resposta do governo ao risco fiscal. Se o ministro Haddad anunciar um pacote de ajuste que acalme os investidores, podemos ver uma recuperação parcial nas próximas semanas. Caso contrário, o pessimismo pode se aprofundar, arrastando ainda mais setores vulneráveis.

Analistas do Banco Itaú Credit projetam que o índice pode oscilar entre 140 mil e 150 mil pontos até o final de 2025, com volatilidade acima da média histórica devido ao cenário político incerto.

Em suma, a sessão de 2 de outubro serviu como um termômetro da ansiedade dos agentes econômicos: risco fiscal, regulatório e de mercado interagindo em um cenário já complexo.

Perguntas Frequentes

Como a queda da Ambipar afeta os investidores de pequeno porte?

Investidores de varejo que mantinham posições em AMBP3 viram perdas expressivas, pois o preço caiu mais de 60% em um dia. Muitos optaram por vender para limitar o dano, enquanto outros aguardam a possível recuperação impulsionada por fundos de hedge que compraram barato.

Qual foi o papel do ministro da Fazenda na volatilidade do Ibovespa?

O discurso de Fernando Haddad sobre a necessidade de ajustes fiscais elevou o temor de downgrade da dívida soberana. Esse alerta gerou aversão ao risco, puxando o índice para baixo, principalmente nas ações mais sensíveis ao cenário macro.

Quais setores mostram maior resistência ao risco fiscal?

Setores como energia elétrica, telecomunicações e bancos tradicionais apresentaram menor volatilidade, pois dependem menos de políticas de crédito e mais de demanda constante. As ações da Weg e da Gerdau, por exemplo, conseguiram fechar em alta.

O que os analistas esperam para o Ibovespa no próximo trimestre?

A maioria projeta que o índice permanecerá entre 140 mil e 150 mil pontos, com possibilidade de alta moderada caso o governo apresente um plano fiscal credível. Entretanto, a incerteza política pode manter a volatilidade em níveis acima da média.

Existe risco de novas quedas abruptas em outras empresas?

Sim. Empresas do segmento de meio ambiente, mineração e infraestrutura, que dependem fortemente de licenças regulatórias, podem sofrer desvalorizações semelhantes caso haja novas demandas ou multas do governo.

1 Comentários

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    Priscila Galles

    outubro 22, 2025 AT 20:21

    O Ibovespa acabou caindo mais de 1% hoje, sinal de que o medo fiscal pegou forte. Vale ficar de olho nos setores que dependem de licenças ambientais. Se quiser proteger a carteira, pensa em reduzir exposição a empresas de risco.

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