Neuralgia do Trigêmeo: entenda a dor facial e como tratá‑la

A neuralgia do trigêmeo é uma das dores mais intensas que alguém pode sentir na cara. Ela aparece de repente, como um choque elétrico, e costuma durar poucos segundos, mas pode roubar a qualidade de vida. Se você sente pontadas fortes ao mastigar, escovar os dentes ou até ao tocar o rosto, pode ser esse quadro.

O que causa a neuralgia do trigêmeo?

O nervo trigêmeo tem três ramos que levam sensações da testa, das bochechas e da mandíbula. Quando ele é comprimido, inflamado ou irritado, os impulsos de dor ficam desregulados. As causas mais comuns incluem:

  • Vasculite: um vaso sanguíneo pode apertar o nervo.
  • Lesões na cabeça ou no rosto.
  • Esclerose múltipla, que danifica a bainha de mielina do nervo.
  • Pressão de tumores ou cistos.

Em muitos casos a origem não é encontrada, e chamamos isso de neuralgia idiopática.

Como reconhecer os sintomas

Os principais sinais são:

  • Pontadas curtas e intensas, geralmente descritas como choques elétricos.
  • Desencadeamento ao falar, mastigar, beber ou até ao vento no rosto.
  • Um lado da face costuma ser afetado, raramente os dois simultaneamente.
  • Períodos de remissão, onde a dor desaparece por semanas ou meses.

Se a dor aparece de forma súbita, procure um médico. O diagnóstico precoce ajuda a evitar complicações.

Diagnóstico e exames

O médico começa com uma entrevista detalhada e exame físico. Ele pode pedir:

  • Ressonância magnética (RM) para excluir lesões ou esclerose múltipla.
  • Tomografia computadorizada (TC) quando houver suspeita de fratura.
  • Testes de condução nervosa, embora raramente necessários.

O diagnóstico costuma ser clínico, baseado nos gatilhos e na descrição da dor.

Opções de tratamento

O objetivo é reduzir a intensidade e frequência das crises. Existem três linhas de tratamento:

  1. Medicamentos: carbamazepina é a primeira escolha, seguida por oxcarbazepina, gabapentina ou baclofeno. Eles ajudam a estabilizar a atividade elétrica do nervo.
  2. Terapias invasivas: bloqueios de nervo com anestésico ou álcool podem trazer alívio rápido. Em casos resistentes, a cirurgia de descompressão vascular ou a rizotomia térmica (radiofrequência) são opções.
  3. Cuidados complementares: evitar gatilhos como comidas muito quentes, frio extremo ou estresse excessivo. Técnicas de relaxamento e fisioterapia facial podem ajudar.

É fundamental seguir a prescrição e relatar efeitos colaterais ao médico, pois ajustes de dose são comuns.

Dicas práticas para o dia a dia

Algumas atitudes simples podem diminuir o incômodo:

  • Coma devagar e mastigue alimentos macios.
  • Use escovas de dentes de cerdas macias.
  • Evite exposição ao vento frio direto no rosto.
  • Mantenha um diário da dor para identificar padrões.

Com acompanhamento adequado, muitas pessoas conseguem viver sem que a dor domine suas rotinas. Caso ainda sinta dúvidas, agende uma consulta com um neurologista ou especialista em dor facial.

Ficar informado é o primeiro passo para controlar a neuralgia do trigêmeo. Se identificou algum dos sintomas descritos, procure ajuda profissional e descubra o tratamento mais indicado para o seu caso.